segunda-feira, janeiro 31, 2005

pensamentos oscilantes que não passam de você

por mais que eu tente


meu estômago está dando voltas dentro de mim. como um soco. uma música triste toca no ambiente. jaimesnoportão, banda pequena num vasto mundo. meu olhar se fixa nos pequenos buracos, pequenas cavidades existentes no liso das paredes. um movimento imaginário de figuras por sobre a superfície plana. branca. desenhos estranhos se fazem quando fixo meu olhar em um ponto por muito tempo. estou com medo de falar sobre isso.
meus medos ondulam no meu corpo, oscilam entre o esquecimento e a vertigem. dúbios momentos. danço a música sem entender seu ritmo. sussurro alguma coisa para mim mesmo, mas não consigo entender as palavras.
no momento, estou pensando em você. muitos momentos pensando em você me fazem mal, porque você não deseja que eu pense, porque você prefere que eu te esqueça um pouco, porque eu deveria fazer o possível para achar o caminho do meio e ultimamente ando sobre extremos. meus cafés no centro da cidade ultimamente andam cinzas e, às vezes um garoto percebe esse desânimo estranhamente alegre que ando sentindo. senta-se ao meu lado e finge não se importar quando o ignoro. mas eles sempre se cansam e vão embora no final, o que me conforta um pouco.
penso em fumar, mas essa dor como um soco me machuca. levantar, dar um troco extra para o cara que colocou aquelas músicas que nunca se ouvem nas ruas. pegar um ônibus e ir para algum lugar. é isso o que preciso agora.

fox.

domingo, janeiro 02, 2005

blablablás

dor letárgica no lado esquerdo. zumbidos estranhos e pequenos gritos contidos em minha mente. será uma necessidade minha ser megalomaníaco-depressivo-psicótico? ou será que isso tudo, essa dor e esse zumbido e esses gritos contidos são na verdade a minha resposta para esse mundo imbecil de que algo está errado? devo te culpar por alguma coisa. pelas dores no peito, lá no coração que pra sempre foi machucado? e se eu fizer isso e disser que te amo mesmo assim será que você me perdoa e acredita que tudo isso é uma fase? talvez não tenha mais jeito e agora tudo esteja perdido, talvez eu seja um melodramático, talvez eu faça sempre tudo errado e por isso mesmo queira sumir: não precisa ser a não existência, me contento com a incerteza da morte.
súbito, não te vejo mais e a música diz Its a beautiful day, the sun is shining, I feel good and no-one's gonna stop me now.
talvez tudo isso seja verdade e se encaixe no que eu falei até o momento. yeah.
o problema de ser idealista: não aceito trabalho escravo, não aceito trabalho por dinheiro simplesmente, não aceito pessoas que não se amam porque acho que esse é o primeiro passo para conseguirmos mudar o mundo; acredito na possibilidade nem tão remota de mudar o mundo mudando a atitude que temos perante ele; acredito em uma forte chuva de chocolate de todos os tipos e acredito que com o piscar de meus olhos posso fazer uma maltratada alface virar qualquer outra coisa suculenta, como uma manga gelada; não acredito na gravidade, não acredito que já esteja muito velho e que já devia ter aprendido um milhão de coisas sobre música, política, esportes, artes, cinema e seja lá que diabos possa estar embutido nessa minha bagagem de conhecimentos; acredito que sou deus quando precisarmos de um, acredito que a morte faça sentido e por isso mesmo não é tão absurda quanto alguns querem pensar, acredito na liberdade e que ela só existe enquanto nós a vemos de alguma forma, ainda que seja impossível defini-la, acredito que a realidade é só mais uma fantasia - talvez a mais boba e reduzida de substâncias, acredito em pessoasfofas, acredito que amo alguém e que esse alguém me entende, apesar de eu só fazer merda, acredito na merda de todo dia e acredito que sempre haja um jeito de dar a descarga. prefiro dar a descarga sempre que a(s) pessoa(s) envolvida(s) esteja presente para ver tudo afundar.
acredito que seja movido a amor. acredito que eu morro quando não estou com alguém que me faça especial. acredito que todo mundo pode ser especial e que o nosso jeito de ser especial é algo que temos que encontrar dentro de nós mesmos. isso é uma carta de suicídio, mas eu não vou me matar e esses blablablás são para o caso de eu não resistir. hoje não sou fox, nem m., sou marco, um meninotristebobo que não sabe nada da vida e que, além de acreditar nisso tudo, acredita também na contradição de cada um. nesse momento ele acredita que esteja preso, mutilado e que as poucas pessoas que poderiam ajudá-lo não lerão isso antes de ele mesmo se desamarrar ou se matar. a pessoa que mais poderia ajudá-lo ele fez questão de magoar e continua fazendo isso. acredito que eu sobreviva - como sempre fiz - a essa merda toda que é a minha vida hoje. acredito que alguém vai olhar por mim e que meu desespero seja apenas uma transição.
até logo...