esses dias estranhos II
de novo. mesmo tema de outros dias estranhos como esses.
nesses dias estranhos, aconteceu tudo. alguém que eu amo como um pai está próximo da morte, e eu, impotente, não tenho o que fazer. só talvez tentar reconfortá-lo, ser forte e torcer para a dor e o sofrimento acabarem logo, pois se viver é difícil, morrer também é, embora a gente nem sempre perceba.
então acontece você, que aparece sem prelúdio, sem qualquer anunciação e está do meu lado como um anjo segurando nas minhas mãos que não são tão quentes quanto as suas, me cobrindo de beijos e de palavras bonitas de amor.
eu, ainda tentando definir o que está acontecendo, tanto com meu avô quanto com essa nova semente, essa relação que começou e a que ainda não consigo dar um nome. você disse "namorado" e, embora isso seja estranho, pois nunca fui assim, essa palavra ainda não cabe na minha boca e não a uso em sinal de respeito.
ao mesmo tempo, alguma coisa muda em mim e eu, a cada dia que passa te sinto mais. e domingo você dormiu na minha casa, ouviu as minhas músicas, tomou banho no meu chuveiro e se esticou nos meus lençóis. segunda senti sua falta na hora do almoço e, à noite, lá estava você na minha casa novamente cuidando de mim e de você mesma, me ensinando e aprendendo a simplesmente ser.
hoje você não está.
e eu sinto tua falta, como se, mesmo sem confessar, já estivesse envolto no seu cheiro, no seu sorriso, na tua pele macia, nos teus carinhos, na tua voz silenciosa e percisa.
como se já não suportasse mais ficar longe de ti.
2 Comments:
Nomear uma relação. Isso é tão superficial e insignificante como usar uma aliança de ouro na mão esquerda para conotar compromisso matrimonial. Tanto uma aliança quanto o nome de uma relação são apenas símbolos que não traduzem nada. O mesmo acontece com os sentimentos. Não sei dar nome ao que sinto por ti. Só sei sentir. E isso é o que importa.
Também não consigo mais ficar longe...
Essa dor parece que não vai passar nunca, não é? Esse vazio, essa sensação de impotência... É um dos momentos em que não sabemos e que não temos o que fazer.
Força, lindo.
Shê.
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