domingo, janeiro 02, 2005

blablablás

dor letárgica no lado esquerdo. zumbidos estranhos e pequenos gritos contidos em minha mente. será uma necessidade minha ser megalomaníaco-depressivo-psicótico? ou será que isso tudo, essa dor e esse zumbido e esses gritos contidos são na verdade a minha resposta para esse mundo imbecil de que algo está errado? devo te culpar por alguma coisa. pelas dores no peito, lá no coração que pra sempre foi machucado? e se eu fizer isso e disser que te amo mesmo assim será que você me perdoa e acredita que tudo isso é uma fase? talvez não tenha mais jeito e agora tudo esteja perdido, talvez eu seja um melodramático, talvez eu faça sempre tudo errado e por isso mesmo queira sumir: não precisa ser a não existência, me contento com a incerteza da morte.
súbito, não te vejo mais e a música diz Its a beautiful day, the sun is shining, I feel good and no-one's gonna stop me now.
talvez tudo isso seja verdade e se encaixe no que eu falei até o momento. yeah.
o problema de ser idealista: não aceito trabalho escravo, não aceito trabalho por dinheiro simplesmente, não aceito pessoas que não se amam porque acho que esse é o primeiro passo para conseguirmos mudar o mundo; acredito na possibilidade nem tão remota de mudar o mundo mudando a atitude que temos perante ele; acredito em uma forte chuva de chocolate de todos os tipos e acredito que com o piscar de meus olhos posso fazer uma maltratada alface virar qualquer outra coisa suculenta, como uma manga gelada; não acredito na gravidade, não acredito que já esteja muito velho e que já devia ter aprendido um milhão de coisas sobre música, política, esportes, artes, cinema e seja lá que diabos possa estar embutido nessa minha bagagem de conhecimentos; acredito que sou deus quando precisarmos de um, acredito que a morte faça sentido e por isso mesmo não é tão absurda quanto alguns querem pensar, acredito na liberdade e que ela só existe enquanto nós a vemos de alguma forma, ainda que seja impossível defini-la, acredito que a realidade é só mais uma fantasia - talvez a mais boba e reduzida de substâncias, acredito em pessoasfofas, acredito que amo alguém e que esse alguém me entende, apesar de eu só fazer merda, acredito na merda de todo dia e acredito que sempre haja um jeito de dar a descarga. prefiro dar a descarga sempre que a(s) pessoa(s) envolvida(s) esteja presente para ver tudo afundar.
acredito que seja movido a amor. acredito que eu morro quando não estou com alguém que me faça especial. acredito que todo mundo pode ser especial e que o nosso jeito de ser especial é algo que temos que encontrar dentro de nós mesmos. isso é uma carta de suicídio, mas eu não vou me matar e esses blablablás são para o caso de eu não resistir. hoje não sou fox, nem m., sou marco, um meninotristebobo que não sabe nada da vida e que, além de acreditar nisso tudo, acredita também na contradição de cada um. nesse momento ele acredita que esteja preso, mutilado e que as poucas pessoas que poderiam ajudá-lo não lerão isso antes de ele mesmo se desamarrar ou se matar. a pessoa que mais poderia ajudá-lo ele fez questão de magoar e continua fazendo isso. acredito que eu sobreviva - como sempre fiz - a essa merda toda que é a minha vida hoje. acredito que alguém vai olhar por mim e que meu desespero seja apenas uma transição.
até logo...