quinta-feira, abril 05, 2007

então um dia eu volto a respirar. uma respiração mais pesada, mais densa, mais madura, mais velha do que antes. envelheci uns 15 anos em uma semana.
a ausência, a perda, a ligação entre as pessoas passa a me preocupar e num súbito momento penso que não quero morrer sozinho. engraçado, não faz muito pensava o contrário.
aí eu descubro que a única coisa que vale nesse mundo é me esforçar para ser o melhor que eu puder. e descubro que ainda não estou fazendo isso. que para fazer isso é necessária uma preparação.
e descubro que você também está sendo preparada para ser o melhor que você puder. todos somos, talvez? gostaria de poder responder à pergunta, mas não. não sei se alguém pode responder tanto pelos outros.
um dia eu acordo com vontade de vomitar e descubro que não sou mais o mesmo. e não sei se agradeço, porque a dor que isso me causa é enorme e me atrapalha o andar natural da minha antiga vida irresponsável.
sei que foi um privilégio isso ter acontecido, mas é um privilégio funesto e eu, que sempre gostei de sarcasmo e humor negro não posso mais olhar para isso sem a seriedade que isso tem.
um dia acordo e sou um novo homem e não sei a quê troco ou custo. abro os olhos que mal enxergam de tanto inchaço e rumino os pensamentos.

ruminando sempre até o espaço se esgotar na minha boca.

2 Comments:

At abril 05, 2007 5:19 PM, Anonymous Anônimo said...

parabéns bonitão, muitos sonhos na tua vida. ;*

 
At abril 09, 2007 11:59 AM, Blogger Sheyla Fernandes said...

É incrível o que a perda de algo fundamental faz com a gente. Ficamos mais auto-conscientes do que jamais fomos até aquele momento. O desafio agora é aprender com isso.

 

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