quinta-feira, fevereiro 08, 2007

vômito de restos de eu

eu mastigado e regurgitado
e você acha que pode me entender com fragmentos de coisas que você sabe sobre mim. não que você esteja errada. o todo e a parte, a parte e o todo bababá, tudo isso soa particularmente concreto e familiar. só que eu não sei se você sabe, mas sou um pouco mais que isso. talvez porque sua mente não acompanhe tudo o que eu te digo. talvez haja problema de interpretação cósmica e tudo isso que é cósmico e energias e abstrações pode ser mal interpretado, ou você pode usar isso da maneira que lhe convier.
e você acha lindo o cara dançar na chuva naquele filme logo depois de dar um beijo na sua amada e nem percebe que eu e alguns outros não precisamos de beijo para dançar na chuva e encarar guardas mal-humorados. talvez você não tenha como imaginar o que aconteceria se a gente estivesse tomado por um beijo, sentido aquela mesma paixão do mocinho da tevê.
e você acha péssimo o meu mau-humor e quer me consertar e eu tento te dizer que eu só preciso de um tempo, de um respiro, porque talvez você e todo mundo esteja me sufocando especulando alarmando tudo o que sou sem saber que não quero saber o que vocês pensam que eu sou e nem quero saber o que eu sou de verdade já que o melhor pra mim, pra você e pra todo mundo é que se descubra sozinho quem se é, do que se gosta, assim como descobri sozinho a fumar, a beber, a cheirar pó, a trepar... sim! eu trepo também e sei que você e todo mundo trepa, mas se a gente fala que trepa parece que somos uns monstros, que parecemos uns animais mas trepar é assim: um ato animal formidável para descontrair, liberar energia, gastar calor e se deliciar.
é, você acha que eu leio muito e por isso sou muito inteligente e sensível, você acaba cobrando de mim essa sensibilidade, condenando meus momentos mais racionais, mas esquece que sensibilidade e racionalidade podem andar juntas e que uma coisa e outra coisa e tudo o que acontece ao redor dessas coisas pode conviver conjuntamente já que todo mundo se contradiz e eu só quero não ter que explicar o que eu não sei. você me define, eu não ligo, mas sei que no momento em que você disse o que eu sou, você está errada, porque sempre serei isto e muito mais, serei isto e seu oposto, serei isto e tudo o que ele carrega contra e a favor.
uma palavra não é só uma palavra. um ser não é só um ser, muito menos sua definição. somos todos o que nós somos e não sabemos, embora sejamos também todas as coisas pelas quais somos definidos. é difícil ser. por isso é difícil definir-se um ser.

3 Comments:

At fevereiro 09, 2007 8:27 PM, Anonymous Anônimo said...

você é um idiota não compreendido pela sociedade! (ops estou usando as suas palavras, sorry).

beijo!

 
At fevereiro 09, 2007 9:35 PM, Blogger Sheyla Fernandes said...

realmente, somos afetados pelo mesmo mal. é triste a hipocrisia forçada das pessoas.
eu não sei mais o que faço/falo pra que as pessoas me deixem ser eu mesma sem me julgar, magoar, humilhar, ofender.
é tão fácil simplesmente deixar o outro viver sua própria vida! não entendo como as pessoas não entendem isso.
beijos!

 
At abril 13, 2008 10:14 PM, Anonymous Anônimo said...

( )...

 

Postar um comentário

<< Home