domingo, fevereiro 13, 2005

a noiva do meu amigo

é estranho. penso que fecho demais meus olhos. penso que fechar os olhos desse jeito é fugir do presente. penso querer fugir do presente neste exato momento e em outros vários momentos durante os dias. eles estão passando sem que eu os viva?
jogos. súbito descobri que tenho que parar de jogar comigo mesmo. mudar a realidade é diferente de aceitá-la. um dos dois eu não posso fazer.
tudo tão estranho. a gente sente coisas demais e pensa coisas demais. dizer para si mesmo que isso tem que cessar nem sempre adianta. como vai você? você é forte, mais forte do que eu. meu medo sempre foi o de você me derrubar, de eu criar cascas por causa disso. eu podia ter ido embora e não fui. escolhas que eu nunca faço: ir embora. agora é tudo estranho e preciso de uma lanterna para olhar para dentro de mim. preciso de uma lente, uma lupa. preciso parar de pensar em você.
um problema: as cascas, a queda, isso tudo sou eu que faço comigo. sequer posso te culpar ou ter raiva de você. já sentiu isso? sei que sim. não podemos sentir raiva dos que nos ferem, porque nós nos deixamos ferir na maioria das vezes. momentos de reflexão. tenho que ficar sozinho? tenho que escolher melhor meus amigos e amores. aceitar melhor essa coisa que você quer que aconteça: amizade entre uma pessoa que ama demais e outra que não se encontrou, apesar de não ser por isso que estou fora da sua vida. engraçado isso. realmente tenho que dar umas risadas às vezes. quem viu simplesmente amor conhece a história do homem que se apaixonou pela noiva do seu próprio amigo. engraçado pensar que devo estar sentindo a mais de um ano o mesmo que ele com uma única diferença: um é personagem, o outro é real.
preciso manter meus olhos abertos, não fugir da realidade, não enlouquecer.
fox