sábado, janeiro 27, 2007

(...)
de longe você parece uma princesa. e eu um homem comum. hoje eu desejei te ver. um café, nem que fosse no quiosque, no meio da rua. você e eu sendo empurrados pelo fluxo de pessoas que se deslocam da casa pro trabalho, do trabalho pro intervalo, do intervalo pro trabalho, do trabalho pra casa.
é como um friozinho na barriga. é como uma dor na cabeça que só te incomoda um pouco, que você acha que vai passar.
eu paro no terminal e espero passarem as pessoas. brancas, negras, amarelas. espero você num desespero pequeno e complexo. divido o banco com um bêbado. divido meus pensamentos com você e o almoço.
cigarros sim, porque não consigo mais esperar sem eles. tênis, calça jeans, um caderno, uma caneta e um óculos que eu nunca uso, mas que eu tento usar. eu e o céu. eu e o sol infernal de janeiro. eu e as gotículas de suor que escorrem da minha testa, da minha barriga, do meu pescoço.
eu e meus pensamentos. eu e a certeza de que você virá.
eu e a certeza de que algo vai mudar.
eu e você por exatos trinta minutos. não mais.