segunda-feira, maio 01, 2006

domingo

eu não sei. começou cedo dessa vez. logo que eu acordei.
estava ainda no café da manhã quando uma palpitação mais forte começou no peito. vontade de chorar, vontade de morrer, vontade de dormir até a segunda chegar.
era domingo e eu sabia: a angústia não passaria nem mesmo se alguém acenasse com a possibilidade de me amar. e acenaram. fui para a cama. abracei forte meu travesseiro, imaginei as mãos que eu aprendi a desenhar no ar. amei sozinha a tarde toda. amei com a palpitação, a respiração pesada, o medo, a morte. amei o gozo azul-perdão que veio depois, rodeado de mágoa, de angústia e tristeza.